terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Conciência

Tenho passado horas assistindo televisão e pendurado na net, afinal estou de férias e quebrado, ligo a tv para ver os jornais; os de noticias locais são apenas assassinatos sequestros e por ai vai, sempre violência, é muito relaxante ver isso na hora do almoço, já os que vejo mais a noite, são em geral, de noticias do Brasil e as tragédias e caos mundial. Na net vivo quase como um pirata, baixando livros, filmes e musicas e claro perdendo meu tempo em sites de relacionamentos. Todos criticam a pirataria, até compreendo todo o trabalho e gasto para se produzir livros discos e filmes, mas ninguém critica nem combate a exploração que se sofre no trabalho, mesmo que todos tenham consciência que recebem algo em torno de 5 % do que produzem, a outra parte é de quem me explora, da quantidade de impostos que pago para tudo, sem contar na grana que nossos políticos roubam, e a listagem das injustiças que sofremos certamente é e sempre foi imensa, e nas poucas coisas erradas que eu posso fazer, para não ser sempre o otário “eles” querem me dizer que estou errado; uma vez li em um livro de Pedro Juan, que que a cultura não deve ser comprada ela deve ser tomada, gosto dessa idéia. E afinal que mal havia nos piratas que saqueavam o ouro saqueado de nossas terras e gastavam tudo em suas vidas errantes?
Nesse verão de 2011, as manchetes são as tragédias ocorridas no Rio de Janeiro, um pensamento insiste em perturbar minha mente: 200 mortos, 389, 455, 500, eis que começam a fazer comparações com outras tragédias: que esta, está em 5º, sei lá, 6º lugar, e os números não param, já são 550, 600, subiu para 672, começo a pensar, poxa a gente vai atingir uma colocação de mais destaque nessa classificação de desastres naturais... e como se conversasse comigo mesmo, digo: que merda você esta pensando, o pessoal esta sofrendo: eu sei mas já são mais de 672 mortos, então mudo de canal, e novamente mais de 672 mortos...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Insônia

2/7
Perco as ideias ao pegar o papel, como um suspiro que se deixa escapar e nunca mais o tem. Terríveis palavras que circulam em minha cabeça, e que amanha não farão mais sentido como as cantigas que entoam os andarilhos urbanos em eternas noites de solidão, às margens das ruas.

24/7
Dividido entre a vontade e a escolha, não existe livre arbítrio, não escolhemos para nós, e sim para os outros, seguir a nossa vontade significa matar o ser comum, é ficar a mercê do julgamento alheio, ser o que se quer pode ser morrer para a sociedade.
Quando o amor seca, como uvas furadas por marimbondos, só a casca, a aparência murcha, sem conteúdo.
Os pensamentos contidos nas noites em claro, alimentados por cervejas ou não, o dia que dura até que se durma, o dia que não inicia até que o anterior morra.

30/07
Eu poderia me trancar em casa estudar, fazer uma pós, tentar um mestrado, passar em um concurso, me casar, comprar uma casa, plantar flores vermelhas no jardim, ter filhos, receber os irmãos nos feriados, só não poderia garantir que eu seria feliz.

Agosto
Como os jardins cobertos de mato; como as nuvens carregadas, passando rápido pelo céu, as raízes ricas em esperanças, nossa vida nossa vida explodindo em anseios.... nada demais, nada.

Setembro
No fundo do meu quintal em chamas, onde guardei toda nostalgia, ouço explosões e um forte cheiro de passado. Ele esta morto, o silencio chega a doer, agora só resta o agora, sem ontem sem amanhã, só agora, só o agora.

15/09
Cachorro foi feito para morder o vizinho, quando morde a gente é uma fatalidade.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

...

Diga não e os fantasmas irão embora, deveria ser assim, mas nunca foi, mesmo não acreditando eu lutei, eu lutei e perdi, para onde vão aqueles que perdem, para casa?
Almoçamos e voltamos para casa, ainda havia amor, era aconchegante poder abraça-la, aquela pele suave ainda se conservava, ela me disse que estava um pouco reocupada com Fabrício, um amigo nosso, que ele tinha ido embora carregado na noite passada, ele, mais do que eu perdeu tudo o que tinha, estávamos vivos estranhamente vivos, e isso é o que importa após o grande vendaval levar tudo o que se tem, mas o que mais dói é saber que cada um cava sua cova com as própria mãos.
O sonho juvenil nos faz acreditar que podemos gritar mais alto do que o volume que nos convencionaram a usar, mas quando pecebemos, que nada funciona assim, nos vemos sem rumo, o mundo cobra caro pelos sonhos, por isso as vezes é melhor nao sonhar....
Moro no centro de Belo Horizonte, um apartamento de quinta categoria alugado, mas o chamo de casa, normalmente o chamam de kit-net, é o que o meu dinheiro consegue pagar, nao tenho tido muita sorte com os trampos, dou aulas de geografia para o estado, como um freelance, a grana é pouca mas tenho sobrevivido...